Travessia Marins-Itaguaré
Uma das trilhas mais desafiadoras e emocionantes da região: a Travessia Marins-Itaguaré.
Com um cenário deslumbrante e uma atmosfera repleta de adrenalina, essa travessia é um convite irrecusável para quem ama o montanhismo.
Aqui, vamos te dar alguns detalhes dessa experiência inigualável, a grandiosidade das montanhas, a exuberância das paisagens e as surpresas pelos caminhos da conquista desses picos imponentes.
A Travessia Marins-Itaguaré é uma rota de trekking localizada na Serra da Mantiqueira, entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, no Brasil.
Essa trilha desafiadora abrange dois picos icônicos da região: o Pico dos Marins, com aproximadamente 2.420 metros de altitude, e o Pico do Itaguaré, com cerca de 2.308 metros de altitude.
A travessia possui uma extensão total de aproximadamente 14 km de extensão da travessia, não incluindo a subida aos picos do Marins e Itaguaré e pode ser concluída em geralmente dois ou três dias, com pernoite com acampamento no meio do percurso.
Preciso te lembrar que essa trilha requer um bom condicionamento físico e experiência prévia em montanhismo, pois apresenta trechos trilhados, aclives e declives acentuados, além de alguns pontos de escalaminhada.
Durante a jornada, somos recompensados com paisagens deslumbrantes.
A trilha passa por densas florestas de Araucárias, matas de altitude e campos de altitude, proporcionando um contato direto com a natureza selvagem e a diversidade da fauna e flora locais.
A experiência de estar no topo dos picos Marins e Itaguaré é simplesmente indescritível.
A vista panorâmica lá de cima revela a imensidão da Serra da Mantiqueira, com suas montanhas recortadas e vales profundos.
O nascer e o pôr do sol nesses picos são momentos mágicos, proporcionando um espetáculo de cores e vistas inesquecíveis.
NOSSA EXPERIÊNCIA
Estávamos em um grupo de oito pessoas, portanto, fomos em dois carros partindo de São Bernardo do Campo-SP.
Saímos por volta de mais noite e chegamos a Piquete em, aproximadamente, 4h de viagem, dali já tínhamos reservado uma van com o Clóvis que faz esse serviço para os montanhistas há muito tempo e leva para todas as montanhas da região.
Deixamos nossos carros na frente da casa dele e partimos de van para a base dos Marins, arrumamos nossas mochilas, fizemos um lanche e começamos a subir às 06h.
Nossa subida foi num ritmo bom e parte do grupo chegou às 11h30 no cume e os demais às 12h20.
Nos dividimos porque na temporada a montanha fica repleta de pessoas e queríamos acampar no pico, então alguns foram na frente para montar as barracas, mas acabou que tinha bastante espaço para muitas barracas ainda.
O caminho até lá passa por muitas mudanças.
Até o Morro do Careca é trilha na mata com uma subida constante passando por pedras, raízes e terra.
Depois fica mais aberto e a vegetação muda bastante, passamos por mais pedras e a exposição aumenta.
Marins
A escalaminhada é constante e nesse trecho considero mais técnico em duas partes onde você precisa confiar na sua bota e usar bem as mãos.
Não é indispensável o uso de corda, nós mesmos não levamos, mas para passar mais confiança àqueles que tem mais dificuldade é até válido.
Ao chegar no último trecho para atacar o cume só têm pedras mesmo e você precisa de atenção ao subir, mas esse já é o final! Vale muito a pena.
Como chegamos bem cedo pudemos montar tudo com clama, curtir a vista de todos os ângulos, tirar muitas fotos e comer com calma para descansar.
O pôr do sol foi maravilhoso, muito frio, mas a vista panorâmica do céu e a dança de cores foi surreal.
Ao escurecer, observar as estrelas foi uma outra experiência divina! O tempo limpo, muitas estrelas, constelações renderam fotos perfeitas!
E para fechar perfeitamente tivemos um nascer do sol de tirar o fôlego, com menos nuvens do que no dia anterior e uma vista completa da travessia que teríamos que encarar naquele dia.
Marinzinho
Existe um ponto de água antes de subir, mas não estava muito clara neste dia.
O Marinzinho não fica longe da descida do Marins, seguimos um caminho tranquilo até chegar em uma subida íngreme e constante com um trecho mais técnico, porém curto.
A vista é linda e podemos observar a Pedra Redonda mais a frente e para chegar lá passamos por um trecho com corda, como num rapel, mas com bons apoios para os pés ao descer.
Ali demoramos demais porque tinham outros grupos à nossa frente e passar um por um levou muito tempo.
Paramos rapidamente para almoçar e seguimos subindo até a Pedra Redonda que tem esse nome por parecer uma bolona colocada na montanha!
Nos surpreendemos porque lá também tem um livro de cume.
Logo a frente existe um ponto de água muito bom, à direita da trilha, bem depois de passar pelos bambuzinhos.
Ainda estávamos muito longe do nosso objetivo e já era no meio da tarde. Apressamos o passo e mesmo na crista, atravessando os montes dali estávamos no meio do mato alto.
Nessa parte da travessia as subidas e descidas se intensificam bastante, são bem longas e cansativas.
Passamos por vários campings mas o nosso objetivo era a base do Itaguaré, como estávamos atrasados vimos o por do sol daquele dia pelo caminho.
Continuamos a caminhada no escuro na mata a dentro passando por muitas raízes e desníveis até chegar em nossa área de acampamento.
Acampamos, comemos e descansamos para atacar o Itaguaré e ver o sol nascer de lá.
Itaguaré
Optamos em sair às 04h30 para subir, mesmo sabendo que poderia ser mais rápido.
Como estávamos sem guia e seguindo o caminho por mapa e aplicativo, foi mais prudente fazer tudo sem precisar correr porque ali é muito fácil se perder e o risco de queda é maior.
Subimos apenas com mochilas de ataque e lanterna, passamos pelo famoso pulo do gato e chegamos ao cume com certa dificuldade porque os espaços entre as pedras são maiores.
Mas tudo valeu a pena com o céu limpo, a Serra da Mantiqueira a nossa volta, Marins e Marinzinho às nossas costas e Serra Fina à nossa frente.
Espetacular.
A descida foi muito mais tranquila por estarmos vendo o caminho e chegamos rapidamente para tomar um café e terminar a viagem.
Descemos infinitamente, sem exagero nenhum, a descida é muito longa. Primeiro pela pedra e depois por trilha.
Cruzamos com muitas pessoas subindo e muitos outros descendo também passaram por nós.
No final do caminho tem um rio com a água bem limpa onde pudemos nos refrescar e nos abastecer.
Terminamos felizes e aliviados por essa experiência perfeita.
COMO CHEGAR?
Para chegar até a base dos Marins saindo de São Paulo, você pode seguir algumas opções de transporte.
A maneira mais comum é utilizar um veículo particular ou alugar um carro.
- Saindo de São Paulo, pegue a Rodovia Presidente Dutra (BR-116) em direção a Guarulhos.
- Continue na Dutra até chegar a São José dos Campos.
- Em São José dos Campos, pegue a saída para a Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123), em direção a Campos do Jordão.
- Siga na SP-123 até a cidade de Piquete, onde você encontrará a entrada para a Estrada do Marins.
- A Estrada do Marins é uma estrada de terra que leva até a base dos Marins.
- Siga as placas indicativas e tenha atenção, pois em alguns trechos a estrada pode ser estreita e trilhada.
É importante ressaltar que a Estrada do Marins pode estar em condições variáveis, dependendo das condições climáticas e manutenção. Portanto, verifique as condições antes de partir e certifique-se de estar com um veículo adequado para percorrer estradas de terra.
Já tivemos duas experiências difíceis nessa estrada tendo que empurrar o carro numa expedição ao Pico dos Marins.
Outra opção é utilizar o transporte público. Você pode pegar um ônibus saindo de São Paulo com destino a Piquete ou Cruzeiro, que são as cidades mais próximas da base dos Marins.
A partir dessas cidades, você pode contratar um serviço de táxi, uber ou transporte local para chegar à base da trilha.
Deixe uma Resposta